Adenomiose é a “irmã menos conhecida” da endometriose.
Ambos consistem em tecido endometrial fora do útero interno e são comuns na população.
Índice
O que é a adenomiose
Adenomiose é uma condição frequente entre mulheres, na qual o endométrio (a camada interna do útero que menstrua) penetra na parede uterina.
Estimativas apontam que entre 30% a 60% das mulheres na idade reprodutiva no Brasil e no mundo são afetadas por este quadro.
Há dois tipos de adenomiose.
Adenomiose Focal
Neste tipo, o tecido endometrial forma nódulos localizados em uma área específica do útero.
Adenomiose Difusa
Nesta forma, a lesão está amplamente disseminada e afeta quase toda a parede uterina (miométrio).
A adenomiose é frequentemente encontrada em mulheres que têm menos filhos, histórico familiar da doença ou uma maior exposição ao estrogênio, que pode ocorrer com obesidade, síndrome metabólica ou estresse.
3 sintomas da adenomiose
Adenomiose é uma condição difícil de diagnosticar devido a sintomas que podem ser confundidos com outras condições.
O tecido endometrial muda ao longo do ciclo menstrual, aumentando de espessura durante a ovulação e sangrando quando o óvulo feminino não é fecundado.
Essas alterações estão relacionadas aos sintomas, incluindo:
- Cólicas menstruais piores: A camada do útero que menstrua penetra na parede muscular do útero, causando inflamação e dor devido a esse processo de infiltração.
- Inflamação abdominal: Qualquer inflamação no abdômen resulta em distensão devido à reação natural dos intestinos de responder a inflamações no abdômen e na pelve.
- Fluxo menstrual aumentado: A infiltração do tecido menstrual mencionada anteriormente leva à diminuição da capacidade da musculatura uterina de controlar o sangramento menstrual.
No entanto, algumas pacientes não têm sintomas.
Nos estágios iniciais pode ser pouco sintomático ou se a mulher estiver usando algum tipo de controle hormonal, que pode mascarar os sintomas.
Complicações da adenomiose
Apesar de não haver sintomas em algumas mulheres, a adenomiose está frequentemente associada a problemas de fertilidade e dificuldades para engravidar devido à inflamação no útero.
Por essa razão, é comum que mulheres com adenomiose busquem ajuda médica para ter filhos, tendo que passar por tratamentos como a fertilização in vitro.
Outra complicação frequente da adenomiose é a anemia, que nessas mulheres está associada principalmente à perda elevada de sangue durante a menstruação.
Esse quadro se reflete na diminuição da quantidade de ferro presente no sangue, o que acarreta sintomas que se manifestam na diminuição do humor, da produtividade, da capacidade de aprendizado e da palidez.
É importante que isso seja tratado assim que for diagnosticado com suplementação desse micronutriente.
Algumas pessoas tendem a associar a adenomiose com o desenvolvimento de tumores ginecológicos.
Não há estudos que comprovem essa relação, estudos médicos atuais não fazem essa conexão causal.
Porém, sabemos que todas as doenças, inclusive o câncer, têm um fundo inflamatório e imunológico, assim como a adenomiose.
Há pacientes que também associam o quadro à dor durante a relação sexual.
A associação, não é direta, mas pode ocorrer pela relação entre adenomiose e endometriose, bem como pelo processo inflamatório na região pélvica.
Diagnóstico da adenomiose
O diagnóstico e tratamento da adenomiose é muito importante, pois se não for observada traz grande redução na qualidade de vida da mulher, tanto pelos sintomas já relatados quanto pela anemia, que também pode trazer riscos à saúde a longo prazo.
Antes de falarmos sobre as formas de tratamento, é importante explicar como é feito o diagnóstico.
Primeiramente, é necessário que o médico encaminhe as queixas do paciente para esta opção.
A detecção pode ser feita usando exames de imagem não invasivos, como ultrassom e ressonância magnética.
No entanto, muitos fatores influenciam na pior ou na melhor chance de diagnóstico, a experiência do radiologista, se a mulher está usando um método hormonal que pode mascarar a adenomiose e dependendo da fase menstrual do ciclo em que o teste é realizado.
Normalmente, o diagnóstico mais preciso ocorre quando é feito o tratamento definitivo, que consiste na retirada do útero e, posteriormente, na análise de seus tecidos.
No entanto, esta opção de tratamento nem sempre é a primeira.
Como tratar a adenomiose?
Como explicamos anteriormente, o único tratamento definitivo para a adenomiose é a chamada histerectomia, ou seja, a retirada do útero.
Que pode ser uma opção para mulheres com a doença mais avançada e disseminada que não desejam ser mães biológicas.
Normalmente, o tratamento para quem quer ficar com o órgão é usar métodos hormonais, ou seja, anticoncepcionais, que podem diminuir os sintomas de cólicas e sangramentos da paciente.
Também usamos analgésicos e anti-inflamatórios para reduzir a dor e o fluxo.
Uma combinação de ambos os medicamentos geralmente é mais eficaz.
É importante combinar esses tratamentos alopáticos com algumas práticas de medicina integrativa: “como alimentação anti-inflamatória, acupuntura, sono de qualidade e redução do estresse.
Quando se trata de opções de tratamento cirúrgico, a remoção completa do útero não é a única opção.
Existem opções para cirurgia minimamente invasiva.
A ablação endometrial realizada por histeroscopia pode ser oferecida a pacientes que não desejam a remoção do útero e terapia hormonal, mas efeitos colaterais de longo prazo, como cicatrização uterina, não aliviam a dor da paciente.
Normalmente, essas opções minimamente invasivas são mais utilizadas em casos de adenomiose focal, quando as manchas de tecido endometrial na parede do útero são mais específicas e menos disseminadas por todo o órgão.
Adenomiose X Endometriose
Tanto a adenomiose quanto a endometriose são condições nas quais o tecido endometrial se espalha para locais do corpo onde não deveria estar: no primeiro caso, na parede do útero e, no segundo caso, em vários locais fora do útero, como os ovários, intestinos, cavidade abdominal e muitos outros.
Ambos são difíceis de diagnosticar em exames de imagem, tornando difícil saber com que frequência ambos ocorrem ao mesmo tempo.
No entanto, uma pesquisa médica mostra a coexistência dessas condições em 50 a 70% dos casos
Ambas as condições são graves, embora de maneiras diferentes.
A endometriose pode causar obstruções, como comprometimento da função nervosa, enquanto a adenomiose causa anemia profunda.
Ambos também estão relacionados à infertilidade e requerem diagnóstico e tratamento imediatos, mas nem sempre é o caso.
Outra doença que afeta mulheres em idade reprodutiva é a síndrome dos ovários policísticos.
Fique atento aos sintomas e procure um médico especialista que irá orientá-la no diagnóstico e tratamento mais adequado para cada quadro.
As informações contidas nesta página são apenas para fins informativos.
Não substituem o aconselhamento e acompanhamento de médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e outros especialistas.
Leia também:
O que afeta a saúde física e mental da mulher?
O que é Corrimento Branco? Quando devo me preocupar?
Cólica fora do período menstrual: Saiba 7 motivos
Saúde da mulher: A importância de se dar atenção a essa área
Artigos Relacionados
0 Comentários